Sinais que indicam quando um idoso não deve mais morar sozinho

Quedas e esquecimento estão entre o que deve ser observado. Mas ele não deve sair de sua casa

por Jane E. Brody do New York Times

A editora sênior do site caring.com Paula Spencer Scott, publicou recentemente um guia para ajudar famílias a determinarem quando mudar parentes idosos de suas casas para ambientes mais controlados ou, então, trazer alguém para ajudá-los em casa. Os sinais e questões a seguir foram adaptados da lista de recomendações de Scott.

Acidentes ou problemas recentes, como quedas, emergências de saúde e pequenos acidentes de carro.

Recuperação lenta. Como foi o processo de recuperação das últimas enfermidades? Elas acabaram ficando mais sérias? Houve necessidade de ajuda médica?

Piora de uma condição crônica. É preciso recorrer a algum tipo de ajuda quando ocorre uma piora em problemas como obstruções pulmonares, demência ou insuficiência cardíaca congestiva.

Dificuldades de gestão de atividades do dia a dia, como vestir-se, tomar banho e cozinhar.

Mudanças físicas, como perda ou ganho de peso, aumento na fragilidade ou odores corporais desagradáveis.

Diminuição nas atividades sociais, incluindo passeios com amigos, visitas a vizinhos ou participação em eventos religiosos e outras atividades de grupo.

Muitos dias sem sair de casa, talvez por consequência da dificuldade de dirigir ou do medo de utilizar o transporte público.

Alguém faz visitas frequentes? Caso isso não seja possível, a casa possui sistema de alarme, um alarme pessoal ou um serviço diário de telefonemas?

Existe alguém nas proximidades que possa ajudar em caso de incêndio, terremoto, inundação, ou outro desastre? O idoso compreende o plano de ação em caso de catástrofe?

Correspondência desorganizada, espalhada ou fechada. O idoso possui contas atrasadas, bilhetes de agradecimento de instituições de caridade com as quais não contribui e pilhas de revistas fechadas?

Caso o idoso ainda dirija, acompanhe-o em uma viagem para conferir se ele se esqueceu de apertar o cinto de segurança ou de dar a seta antes de fazer uma curva; se apresenta sinais de preocupação, tensão ou distração durante a viagem; ou se existem marcas de acidentes que possam indicar falta de atenção.

Procurar sinais de falta de memória pela cozinha, tais como a presença de produtos perecíveis que já venceram há bastante tempo.

Eletrodomésticos de uso constante quebrados e sem conserto agendado.

Sinais de incêndios. Procure marcas de chamuscado nos botões do forno ou em cabos de panela, além de pegadores queimados e extintores de incêndio descarregados. As baterias de detectores de fumaça e monóxido de carbono estão carregadas?

Uma casa que já foi bem cuidada apresenta sinais de desorganização, sujeira, limo no banheiro e na cozinha e cestos repletos de roupa suja?

Plantas e animais de estimação abandonados.

Sinais de negligência no exterior da casa, como janelas quebradas, calhas e ralos cheios de sujeira, lixo espalhado e caixas de correio cheias de cartas.

Pergunte a amigos se o comportamento do familiar tem mudado recentemente.

Pergunte ao médico do idoso se você deveria se preocupar com sua saúde e segurança, ou se seria aconselhável contar com o trabalho de uma assistente social ou de um cuidador. Caso imagine que a pessoa irá resistir à ideia, peça ao médico para "prescrever" uma avaliação profissional.

Caso seja o principal cuidador, como está se saindo? Está se sentindo cada vez mais exausto, deprimido ou ressentido com todos os sacrifícios que precisa fazer por aquela pessoa?

Não se esqueça do estado emocional dos mais velhos. Se o idoso está ansioso e se sente cada vez mais solitário, talvez seja a hora de buscar as razões por trás disso.

Como agir

Quando a família percebe que o idoso não pode mais morar sozinho, é preciso conversar e explicar a situação. Porém, a pessoa não deve ser retirada de casa. O ideal é que algum familiar ou um cuidador com formação seja a sua companhia. 

“A família precisa oferecer ajuda e mostrar que está contribuindo para o bem-estar da pessoa, mas o processo não pode ser traumático nem imposto. É preciso um diálogo cuidadoso para que o idoso não se sinta invadido ou ache que a família o vê como inútil”, diz a médica Rosiane Cazeli Barbosa .

Caso o idoso não entenda a situação, a geriatra afirma que vale a pena levá-lo para conversar com um psicólogo ou com um assistente social. “E preciso explicar, com carinho, que ele não tem mais condições de viver sozinho e que ter uma companhia é uma forma de viver mais feliz”.

Autonomia

A pessoa deve acompanhar o idoso em consultas médicas, em atividades de lazer e até nas compras. “A pessoa terá que supervisionar atividades que tragam prazer para o idoso e nas que ele se sinta útil. O idoso deve ter alguma autonomia”, explica Rosiane.

Ética

Para a advogada Pérola Melissa Vianna Braga o mais importante é garantir o direito de escolha do idoso. Ele deve ser motivado e orientado a decidir sobre sua vida, sua moradia, seus amigos e seus bens. À família cabe apenas o apoio. A família não deve expropriar o idoso de suas decisões, mesmo que seja sob o argumento de protegê-lo.

O idoso deve continuar fazendo suas próprias escolhas e ninguém deve ser impedido de gerir sua própria vida senão depois de exaustivamente demonstrada sua incapacidade em um processo legal chamado de interdição judicial. Somente através deste processo, que conta com perícia médica e psicológica, alguém pode ser considerado incapaz de coordenar sua própria vida. 

Para saber mais:

https://www.caring.com/articles/signs-its-time-for-assisted-living

 

Fontes:

http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2012/12/31/como-saber-quando-um-idoso-nao-deve-mais-morar-sozinho.htm#fotoNav=3

http://www.gazetaonline.com.br/_conteudo/2013/03/voce_ag/vida/1413479-conheca-os-sinais-de-que-o-idoso-nao-pode-mais-morar-sozinho.html

http://direitodoidoso.braslink.com/pdf/artigo_16_morarsozinho.pdf

 

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