O sedentarismo e seus males

 

Sedentarismo, saúde e doença mental

Por Ruy Palhano

A cada dia crescem as evidências que o homem contemporâneo, produto de uma era repleta de novos conhecimentos, pode viver mais e melhor. Esta é certamente uma das mais importantes notícias que todos nós queríamos ouvir, pois a busca da longevidade e da vida eterna é uma das mais antigas aspirações dos seres humanos e isto está se concretizando a passos largos.

Nos últimos 50 anos demos um salto muito grande na qualidade e em nosso estilo de vida atingindo índices de longevidade nunca antes alcançados, pois estamos vivendo mais e melhor. Sabe-se, que para atingirmos isto houve uma coincidência de fatores que garantiram estas conquistas quanto nossa maior longevidade: os avanços no crescimento da nutrologia, da bioquímica da imunologia, na farmacologia (surgimento de modernos e fármacos mais eficientes para o controle e combate ostensivo de doenças, da ergonomia e, principalmente, os conhecimentos de neurofisiologia e neuroquímica cerebral e do comportamento. Não se pode desconsiderar os avanços imprescindíveis no campo da tecnologia médica, os avanços sociais e econômicos, sobretudo na distribuição da renda e a maior participação de todos na cadeia produtiva e no trabalho.

Há algumas semanas, a revista médica britânica “Lancet” publicou um artigo científico mostrando que 5,3 milhões de mortes por ano no mundo estão relacionados ao sedentarismo. Para os pesquisadores, a falta de atividade física diminui a expectativa de vida da mesma forma que o tabagismo e a obesidade. Está no sedentarismo a causa para 10% das doenças não transmissíveis, como diabetes, câncer e problemas cardíacos.

Em outro estudo, coordenado por Pedro Hallal, da Universidade de Pelotas, informa que 30% da população mundial adulta é fisicamente inativa, e que 80% dos jovens entre 13 e 15 anos não se exercitam o suficiente. Outras informações mostram que 49% da população brasileira adulta não praticam atividade física, embora se saiba que o sedentarismo responde por 13% das mortes por infarto, diabetes e câncer de mama e do intestino.

 Em outros estudos, a inatividade física é descrita como a falta de exercícios moderados (como uma caminhada) de 30 minutos, cinco vezes por semana, e práticas mais rigorosas durante 20 minutos, três vezes por semana, ou a combinação dos dois. Mas, segundo os pesquisadores, identificar as causas do sedentarismo é importante para se pensar em intervenções eficazes e aumentar os níveis de atividade física. Outros enfoques importantes, relacionando atividade física e doenças mentais ocupam destaque neste debate.

 Especificamente sobre a saúde mental, um trabalho realizado com um grupo de mais de 700 indivíduos idosos sem demência, desenvolvendo níveis elevados de atividades físicas nas 24 horas, avaliada objetivamente pela actigrafia (que mede o ciclo de atividade/repouso através dos movimentos do pulso), verificaram que estes indivíduos apresentavam um menor risco para o desenvolvimento da doença de Alzheimer, bem como uma taxa mais lenta de declínio cognitivo. Esta descoberta dos pesquisadores apóia os esforços dos mesmos para incentivar a atividade física, mesmo em pessoas muito idosas.

A maioria dos estudos demonstra que a atividade física diminui o risco de declínio cognitivo e demência. Por outro lado, segundo os pesquisadores, uma pessoa com baixa atividade física diária apresenta um risco 2 vezes maior de desenvolver Doença de Alzheimer (DA), em comparação com um que participe com alta atividade física cotidiana global. O nível de atividade física cotidiana global também foi associado com uma taxa mais lenta de declínio cognitivo global, particularmente para a memória episódica, memória de trabalho, velocidade na percepção e habilidades visuais / espaciais. Isto é, todas as funções cognitivas se beneficiam com atividade física regular.

Os estudos também demonstram que não é só de exercício físico, mas também um incremento das atividades sem exercício está associado com um maior desempenho cognitivo na velhice. Indivíduos mais velhos, para quem a participação no exercício formal esteja limitado por problemas de saúde, pode se beneficiar de um estilo de vida mais proativo através do aumentos de todo o espectro de atividades de rotina. Isto é mesmo que a pessoa não pratique formalmente o exercício, mas se tem uma vida ativa, também se beneficiam evitando muitos transtornos neuropsiquiátricos.

Portanto atividade física é algo que não só mantém a beleza, como também saúde, vitalidade e longevidade, pois como se viu impede o surgimento de muitas doenças físicas e psíquicas graves e avassaladoras especialmente em populações de idosos.  

Fonte: https://www.blogsoestado.com/ruypalhano/2012/08/12/sedentarismo-saude-e-doenca-mental/

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