Qualidade do sono interfere na saúde mental e física.

Veja quais são os principais distúrbios do sono e qual o período ideal de sono para as crianças, adultos e idosos

Por Gabriela Lousada

Uma boa noite de sono não está relacionada apenas ao descanso físico. Quem não dorme bem - ou descansa menos que o necessário - está sujeito a comprometer as atividades do dia-a-dia com casos de sonolência diurna excessiva, irritabilidade e dificuldade de concentração.

Segundo o neurocirurgião Faustino Pacheco Filho, diretor-técnico e responsável pelo Instituto do Sono de Santos, o sono também interfere na manutenção da memória e bom funcionamento gastro intestinal. "Uma boa noite de sono é a coisa mais importante para o indivíduo. O sono ajuda também na produção hormonal, tendo em vista que muitos hormônios, como o do crescimento, tem sua maior produção durante esse período", afirma. 

Entre os distúrbios mais comuns estão o ronco, a Síndrome da Apnéia e Hipopnéia Obstrutiva do Sono (SAHOS), insônia, Síndrome das Pernas Inquietas e sonambulismo. "Posso citar ainda bruxismo, terror noturno, narcolepsia, paralisia do sono e muitos outros. São mais de 90 descritos na literatura. O que ocorre é que quando a pessoa tem um distúrbio como a SAHOS, por exemplo, ela não consegue aprofundar o sono. Cada vez que ela pára de respirar por causa da apnéia, ela micro desperta, pois o cérebro necessita de oxigênio. Em virtude destes despertares constantes, a pessoa fica em um sono mais superficial, o que compromete e muito a qualidade do mesmo", explica o médico.

Anos de noites de sono comprometidas podem resultar em consequências severas na vida da pessoa que tem um distúrbio e não trata adequadamente. "Acredita-se que vai desde obesidade até o comprometimento sexual, passando por depressão e doenças cardiovasculares", complementa.

Quem busca um sono sem interrupções deve deixar de lado os livros e filmes de ação, além da ingestão de alimentos pesados e bebidas estimulantes, à base de cafeína. Entre as dicas também estão dormir em um quarto silencioso, confortável com luz e temperatura adequadas, de preferência sempre no mesmo horário.

Disposição

Com relação ao tempo ideal de sono que uma pessoa deve ter todas as noites, Pacheco garante que não há uma quantidade de horas definidas. "Tudo depende de como ela estará se sentindo no dia seguinte. Se ela se sentir bem e disposta, significa que teve uma boa noite de sono".

O profissional esclarece ainda que existem indivíduos que são considerados dormidores curtos, ou seja, dormem de 4 a 6 horas por noite e se sentem bem e descansados no dia seguinte. Outros são os dormidores médios, que dormem de 8 a 9 horas e, por fim, há ainda os dormidores longos, que necessitam de pelo menos 12 horas de sono por noite para se sentirem descansados. "Isso, considerando que estes indivíduos não sejam portadores de nenhum distúrbio do sono", explica o médico.

A maioria das pessoas necessita de 8 a 9 horas de sono diárias, mas o profissional afirma ainda que a necessidade de sono pode variar de acordo com a idade. "Os bebês dormem de 20 a 23 horas por dia, eles têm o que se chama de sono polifásico. Os adolescentes também necessitam de mais quantidades de horas de sono, por volta de 12 horas e isso é fisiológico. Os idosos dormem menos".

Fases do sono

Além de se sentir bem, uma boa noite de sono de um adulto ocorre quando ele passa por todas as chamadas "fases do sono". "É preciso dormir os sonos 1, 2 e 3 e mais o REM (Rapid Eye Movement - em inglês - ou Movimento Rápido dos Olhos, na tradução). Estas fases do sono formam um ciclo de sono que se repete de 4 a 6 vezes por noite. O sono 1 acontece quando a pessoa está na sonolência iniciando o sono, depois vem o sono 2 que é um pouco mais profundo, o sono 3 que é o sono profundo, aquele que descansa o físico e, o sono REM, que é o sono dos sonhos", explica.

Quem perceber qualquer tipo de mudança na qualidade do sono deve buscar ajuda de um profissional. "O tratamento precoce poderá evitar que o distúrbio se torne crônico e traga problemas indesejáveis, desagradáveis que poderão colocar em risco até mesmo a vida do possuidor do problema ou de outras pessoas. Considere que passamos um terço da vida dormindo, é muito tempo para não darmos ao sono sua devida importância", conclui. 

Fonte: http://www.atribuna.com.br/noticias/noticias-detalhe/cidades/qualidade-do-sono-interfere-na-saude-mental-e-fisica-afirma-especialista/?cHash=6d4c951c0721acbaea309301695c5cf8

 

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