O nutricídio

 

O termo "nutricídio" foi criado pelo médico americano Llaila Afrika - autor do livro “Nutricídio: a destruição nutricional da raça negra”, publicado em 2013 e ainda sem versão em português - e popularizado no Brasil pelo médico e nutrólogo Lair Ribeiro, sendo utilizado para enfatizar a importância da alimentação saudável e seus impactos na saúde. Ele descreve uma situação em que a alimentação de uma pessoa é tão deficiente em nutrientes essenciais que acaba por causar danos significativos à saúde, podendo levar a consequências graves, inclusive a morte.

O nutricídio pode ocorrer de diversas formas. Uma delas é a desnutrição, que acontece quando o organismo não recebe a quantidade adequada de nutrientes essenciais, como vitaminas, minerais, proteínas e gorduras saudáveis. A desnutrição pode levar a uma série de problemas de saúde, incluindo comprometimento do sistema imunológico, desenvolvimento físico e cognitivo prejudicado, anemia, entre outros.

Além da desnutrição, o excesso de alimentos ultraprocessados ricos em açúcares, gorduras saturadas e aditivos químicos também pode ser considerado uma forma de nutricídio. O consumo excessivo desses alimentos está associado a diversas doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer.

O nutricídio afeta especialmente populações em situação de vulnerabilidade socioeconômica, como pessoas que vivem em condições de extrema pobreza, em áreas rurais isoladas ou em regiões afetadas por conflitos armados ou desastres naturais. Nessas situações, o acesso a alimentos saudáveis pode ser limitado, e as pessoas podem acabar recorrendo a alimentos de baixo custo, mas pobres em nutrientes.

O termo é complementado por um recorte de raça – pessoas negras são as mais afetadas devido a uma série de fatores. Ou seja, o racismo estrutural é a grande causa por trás desse cenário. Por exemplo, a maior parte das pessoas negras terem um maior acesso a alimentos de baixo valor nutricional, como os ultraprocessados, em detrimento daqueles in natura e minimamente processados, como frutas, legumes e verduras

Para combater o nutricídio, é fundamental promover políticas públicas que garantam o acesso universal a alimentos saudáveis e nutritivos, bem como educar a população sobre a importância de uma alimentação equilibrada. É importante também incentivar a produção e o consumo de alimentos locais e sazonais, que muitas vezes são mais nutritivos e sustentáveis.

PARA SABER MAIS:

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