Medo de ser excluido ou de perder: as vivências das redes sociais

 

O fenômeno do "medo de perder" (FOMO, do inglês "Fear of Missing Out") refere-se à ansiedade que surge da percepção de que outras pessoas estão tendo experiências mais gratificantes do que nós. Com a proliferação das redes sociais, onde momentos destacados e idealizados da vida são constantemente compartilhados, essa sensação de estar "de fora" tornou-se mais prevalente. O FOMO pode levar a uma insatisfação constante, mesmo quando estamos envolvidos em atividades agradáveis, pois a comparação com os outros é incessante.

O "medo de ser deixado de lado" (FOLO, do inglês "Fear of Being Left Out") é uma variante do FOMO que se concentra mais na exclusão social. Enquanto o FOMO é sobre perder experiências específicas, o FOLO é sobre a sensação de não ser parte de um grupo ou de uma comunidade. Nas redes sociais, onde os círculos sociais e interações são visíveis para todos, o FOLO pode ser exacerbado, causando sentimentos de isolamento e rejeição, especialmente em jovens e adolescentes.

O impacto das redes sociais na saúde mental é uma área de crescente preocupação e pesquisa. Embora ofereçam benefícios, como a possibilidade de manter conexões sociais e acessar apoio emocional, as redes sociais também podem exacerbar problemas de saúde mental. A exposição constante a vidas idealizadas e a pressão para manter uma presença online atrativa pode levar a ansiedade, depressão e problemas de autoestima. A comparação social constante e a busca por validação através de curtidas e comentários podem criar um ciclo vicioso de insatisfação.

As redes sociais facilitam a comparação social de uma forma sem precedentes. Estudos mostram que a comparação ascendente (comparar-se com aqueles que parecem estar em uma posição melhor) pode levar a sentimentos de inadequação e inveja. Por outro lado, a comparação descendente (comparar-se com aqueles que parecem estar em uma posição pior) pode oferecer um alívio temporário, mas também pode promover um senso de superioridade insalubre. O equilíbrio é difícil de alcançar, e a tendência é que o foco se mantenha nas comparações negativas, prejudicando a saúde mental.

A necessidade de validação social é uma das principais motivações para o uso das redes sociais. As plataformas são projetadas para recompensar interações com curtidas, comentários e compartilhamentos, o que ativa os circuitos de recompensa no cérebro. No entanto, essa busca constante por validação pode se tornar viciante e insatisfatória a longo prazo. Quando as expectativas de reconhecimento social não são atendidas, os sentimentos de rejeição e inadequação podem ser profundos, afetando negativamente a autoestima.

Para mitigar os impactos negativos do FOMO, FOLO e da comparação social nas redes sociais, é essencial adotar estratégias conscientes. Limitar o tempo de uso das redes sociais, desativar notificações não essenciais e praticar mindfulness podem ajudar a reduzir a ansiedade associada ao uso dessas plataformas. Além disso, focar em conexões reais e interações significativas, em vez de meramente buscar aprovação online, pode melhorar o bem-estar geral.

Encontrar um equilíbrio saudável entre a vida digital e a real é crucial para manter uma boa saúde mental. As redes sociais são ferramentas poderosas que podem tanto enriquecer quanto prejudicar nossas vidas, dependendo de como são utilizadas. Conscientizar-se sobre os efeitos do FOMO e do FOLO, e tomar medidas proativas para gerenciar o uso das redes sociais, pode ajudar a promover um bem-estar mental mais robusto e resiliente. Ao cultivar hábitos saudáveis e estabelecer limites claros, é possível aproveitar os benefícios das redes sociais sem cair nas armadilhas emocionais que elas podem criar.

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