As periferias como carência e como potência

   

Das ausências às potências das periferias: representações em disputa 

Por Jailson Sousa e Silva. (Diretor executivo do IMJA. Possui doutorado em Sociologia da Educação pela PUC e pós doutorado pelo John Jay College of Criminal Justice - City University of New York. Professor associado da Universidade Federal Fluminense e fundou o Observatório de Favelas do Rio de Janeiro. Tem experiência uma série de pesquisas e trabalhos publicados na “Estudos e Políticas Urbanas”, atuando principalmente nos seguintes temas: políticas sociais, favelas, periferias, violência, educação e tráfico de drogas.) 

Quais as representações que orientam nosso olhar? Esse é um dos questionamentos que permeiam as discussões dessa aula e por onde Jailson Silva começa a costurar ideias e reflexões sobre como as representações sociais são construídas com base nas ideologias, paradigmas e conceitos que estabelecem visões distorcidas do real quando pensamos em periferias, favelas e nos cidadãos e cidadãs pertencentes neste lugar.

Neste vídeo a proposta é elaborar uma reflexão crítica sobre o “paradigma da carência” na construção hegemônica das representações das periferias sobre o conceito de periferia centrado na potência inventiva e plural dos territórios populares colocando em debate o sentido da cidade no contemporâneo na perspectiva das significações complexas das periferias urbanas.

Este curso busca compartilhar, a partir da crítica aos paradigmas hegemônicos, diferentes repertórios conceituais e de experiências corporificadas dos significados plurais das periferias urbanas na contemporaneidade.  Para além da desconstrução de estereótipos e estigmas que marcam sujeitos e territórios periféricos, desejamos mobilizar outras possibilidades de leitura, reconhecimento e afirmação das periferias como potências de invenção de representações socioculturais, de confluências das diferenças de ser e de transgressões políticas de desigualdades sociais e distinções corpóreo-territoriais. 

O curso é um convite ao debate qualificado de reposicionamento das periferias como centralidades de formulação de utopias do Direito à Cidade. Trata-se, portanto, do exercício de construção compartilhada de narrativas apoiadas em novos referenciais teóricos, políticos, culturais, corpóreos e territoriais para pensar, viver e transformar o mundo da vida, tendo como referência os sujeitos em suas periferias múltiplas existências.

Leituras complementares: 

O que é periferia, afinal? Carta redigida e aprovada Seminário Internacional O que é periferia, afinal: Instituto Maria e João Aleixo. 

SOUZA E SILVA, J. Por que uns e não outros? Caminhada de Jovens Pobres a Universidade. Rio de Janeiro: 7letras, 2011.  

SOUZA E SILVA, J., BARBOSA, Jorge Luiz. Favela: alegria e dor na cidade. Rio de Janeiro: X Brasil/SENAC, 2005.

 

  

 

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